Desde 2009 a meningite meningocócica tipo C tem despontado como umas das doenças mais preocupantes para a saúde pública, devido sua peculiaridade de ser facilmente confundida com outros males menos severos. Ano passado foram 92 casos e 21 óbitos na Bahia. Até maio de 2010 havia a confirmação de 116 registros e 33 mortes. Atualmente a taxa de mortalidade está por volta de 33%.
Há vários tipos de meningite, sendo a bacteriana a mais perigosa. O presidente da Sociedade Baiana de Infectologia, Adriano Oliveira, é quem explica: “existem meningites das mais variadas formas (química, infecciosa, por radiação, traumática). A meningite infecciosa pode ser também de vários tipos (fúngica, viral, bacteriana)”.
Segundo o médico, a meningite bacteriana tem tipos muito variados (pneumocócica, meningocócica, tuberculosa etc.). “A meningocócica tem vários tipos, sendo a tipo C a mais prevalente (cerca de 80% das meningocócicas do nosso pais). Toda meningite meningocócica tende a evoluir de forma muito rápida, podendo matar em questão de horas”, explica Oliveira.
Alerta
O infectologista alerta que, suspeitando de meningite meningocócica, a pessoa “deve procurar um serviço de emergência imediatamente”. Ele indica o Hospital Couto Maia como a referência em diagnóstico e tratamento de doenças infecto-contagiosas.
Febre alta, dor de cabeça, náusea, vômitos e rigidez de nuca são os sintomas comuns da meningite meningocócica. Nos recém nascidos pode haver o abaulamento da fontanela (moleira), irritabilidade e dificuldade de movimentos.
O período de incubação pode variar de dois a 10 dias. O meio de transmissão mais comum é através de contato com gotículas da saliva ou de secreção nasal de pessoas infectadas.
Sintomas variam
Os sintomas da meningite podem variar de acordo com a faixa etária do doente. Isso é mais um empecilho a um diagnostico rápido, que pode fazer a diferença e salvar a vida do paciente, segundo o médico Adriano Oliveira.
Ele explica que em um recém-nascido a elevação da moleira é algo comum, indicativo de hipoatividade, mas é também um dos sintomas de que a criança está com a doença. Em caso de meningite pode, eventualmente, ocorrer também a rigidez da musculatura das costas do bebê, formando um arco.
“No idoso, os sintomas podem sequer lembrar uma meningite clássica, podendo dificultar muito o diagnóstico”, diz o médico. Ele avalia que esses desconfortos são comuns a males como a dengue e viroses em geral.
Em um adulto a meningite pode lembrar doenças não-infecciosas como a enxaqueca. Oliveira conclui que apenas uma análise do histórico do paciente, aliado a um exame laboratorial pode confirmar ou descartar a possibilidade do contágio.
O que fazer
O exame definitivo é feito a partir de amostras de sangue ou de líquido céfalo-raquidiano (líquor), obtido por punção lombar (na coluna), confirmando ou não a presença da bactéria. Pode ser feita também uma raspagem de lesão cutânea.
O Hospital Couto Maia é a referência estadual no tratamento das meningites, mas qualquer outro hospital da cidade pode ser procurado para a realização do diagnóstico, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) . Com a entrada do paciente, a Diretoria de Vigilância Epidemiologia é ativada e profissionais são encaminhados para a coleta do material para exame.
Confirmada a suspeita, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) é notificada para acompanhamento de todas as pessoas que tiveram contato com o infectado. Essa é uma tentativa de conter o avanço da doença. O método indicado é a aplicação de vacina e de antibióticos em todos os que tiveram contato direto com o doente. Isso pode ser feito até 48 horas depois da confirmação de um caso.